Já há algum tempo o setor elétrico deixou de ser simples, o BlockChain revolucionará as relações no mercado.
Um sistema centralizado de operação com agentes verticalmente integrados, que ficavam no meio do sistema, em uma teia de aranhas, girando em busca do último consumidor para conexão. Estes agentes decidiam onde e quando construir capacidade de geração; decidiam como construir as pontes até as cargas; mantinham o sistema em equilíbrio através da aplicação hábil das alavancas disponíveis a uma entidade controladora.
A princípio, agarrando-se ao umbigo da rede elétrica, os consumidores eram alimentados com uma dieta constante de preço e produto.
Uma revolução tecnológica global está em curso mudando o equilíbrio de poder entre consumidores e a operação centralizada. O mercado em expansão dos Distributed Energy Resources (DER), ou Recursos Distribuídos de Energia, como energia solar fotovoltaica, baterias e microrredes, está mudando o balanço de energia, passando das autoridades centrais às margens da rede, onde os cidadãos têm controle.
Não se trata apenas de controlar o custo de consumo de energia, ainda mais por se tratar de um desejo da sociedade em tornar seu suprimento de energia mais sustentável, socialmente responsável, local e democrático.
Tudo o que é necessário para levar a revolução do atual modus operandi é um modelo para o comércio de energia que tira o controle das mãos atores centrais e coloca os cidadãos comuns no comando de uma nova energia do futuro. Logo, o BlockChain se apresenta como uma solução factível a essa nova realidade.
O setor elétrico deixou de ser simples, o BlockChain revolucionará as relações no mercado . Nesse sentido, o novo componente da economia compartilhada permitirá aos consumidores valorar seu investimento nos DER´s. Bem como permite monetizar os excessos de energia da mesma maneira que Uber e AirBnb possibilitam monetizar seus carros e imóveis.
Em síntese, uma plataforma de negociação que requer liquidação e reconciliação de terceiros, milhões de transações entre centenas de milhares de traders em pequenos intervalos de negociação, seria quase impossível de suportar sem um participante central, controlando os dados de todas as partes, prescrevendo taxas, exigindo confiança, comprovando precisão e vinculando o mercado à burocracia.
O BlockChain, como mecanismo de acordos digitais deve facilitar as contabilizações e liquidações financeiras em um mesmo intervalo de tempo. O mecanismo pode alcançar uma velocidade dificilmente atingível aos moldes das tecnologias de mercado adotadas no setor elétrico.
Como resultado dos benefícios, várias aplicações estão em curso mundo afora, utilizando tal tecnologia. Igualmente, temos as transações utilizadas nas empresas para tributação, gerenciamento da cadeia de suprimentos, comércio entre duas partes (P2P), Internet das Coisas (IoT), resposta a demanda, comércio de compensação de carbono, pós liquidação de contratos, mobilidade elétrica e certificação de energia renovável.
Assim também, o Brasil começa a surfar nessa nova onda, e a regulação aos poucos vai se adequando a nova realidade de mercado no setor elétrico. A GRID está caminhando a favor dessa high-tech (BlockChain). De olho no mercado e em parceria com empresas do segmento tecnológico, estamos ampliando o horizonte em busca da segmentação dessa plataforma.
E você, vai ficar de fora?
Autor: Henrique Siqueira