O mercado livre de energia atravessou no ano de 2016 um boom de migração de consumidores de energia ao mercado livre. O mês de setembro atingiu a marca de mais de 4.000 agentes associados, contabilizando em 2016 mais de 1.200 novas adesões.
Essa migração em massa, provocada essencialmente por consumidores especiais, com demanda entre 500 kW a 3.000 kW, está trazendo grande redução de custos a essas empresas.
Porém de algum tempo pra cá, mais precisamente com início do período seco no mês de maio, o que está sendo noticiado pelas comercializadoras é que a oferta de energia incentivada, proveniente de fontes renováveis como PCH´s, eólicas, solar e biomassa, está cada vez mais escassa, impactando assim os preços de energia negociados no ambiente de contratação livre.
Entretanto esse argumento acaba de ser desmistificado por meio de um estudo realizado pela CCEE, o aclamado Relatório Técnico de Disponibilidade de Oferta de Energia Incentivada, que avaliou a capacidade de oferta de lastro de energia incentivada disponível para atendimento aos consumidores especiais no período de 2016 e 2017.
O estudo considerou o perfil médio dos consumidores especiais que estão aderindo à CCEE, levantamento de lastro de energia incentivada avaliando premissas como garantias físicas dos agentes geradores, montantes de energia comprometidas nos leilões regulados, leilões de energia de reserva, entrada de novas usinas de expansão de geração do setor, entre outros.
O resultado foi uma sobra de lastro de 815 MW médios para 2016 e 921 MW médios para o próximo ano. Essa energia é suficiente para atender mais de 4.000 novos clientes especiais, concluindo que há oferta suficiente para suprir demanda superior à ocorrida até agora.
Com certeza essa boa notícia trará alivio as negociações de preço de energia, para que o mercado livre continue na sua escalada como a maneira mais eficiente de redução de custos de energia às empresas.