O QUE ESPERAR DO ORÇAMENTO DE ENERGIA PARA 2021?

Enfim chegamos no mês de agosto e muitas empresas já começam a realizar o orçamento de despesas para o próximo ano avaliando as tarifas de energia aplicáveis.

Neste contexto, a energia elétrica se encontra entre os insumos mais importantes nas previsões orçamentárias, principalmente das grandes indústrias, onde o peso deste item varia entre 10% e 50% dos custos de produção.

Mas o que esperar das tarifas de energia para 2021?

Para tratar do assunto, vamos falar um pouco da composição do custo de energia para os consumidores, já que se trata de um assunto complexo.

A composição dos custos de energia para um consumidor em geral, se divide em 3 parcelas: Demanda, Encargos Setoriais e Energia, que pode negociada no mercado livre ou no mercado cativo. Sobre todos esses itens incidem os impostos federais (PIS/COFINS) e estaduais (ICMS).

Demanda

Na parcela de Demanda, conhecida também como Fio, o consumidor remunera o valor correspondente ao transporte de energia, sejam eles para as empresas distribuidoras ou transmissoras de energia. A composição desta parcela a ser repassada ao consumidor, incluem o transporte da rede básica, custos de conexão, depreciação e remuneração de ativos, que irão variar de acordo com a distribuidora de conexão de cada consumidor.

A decisão do governo em indenizar as transmissoras de energia em 2016, com custos amortizados pelos próximos 8 anos, deve manter o viés de alta desta parcela para 2021 bem acima da inflação. Os consumidores de energia cujo fornecimento é em alta tensão serão ainda mais impactados. Isto porque ocorreu um forte aumento na Tarifa de Transporte de Itaipu e consequentemente nos custos de transporte, devido a variação cambial do dólar.

Encargos Setoriais

A segunda parcela que compõe os custos com energia se trata de Encargos Setoriais. Estes são os custos suportados pelas concessionárias de distribuição, instituídos por Lei, cujo repasse aos consumidores é decorrente da garantia do equilíbrio econômico-financeiro do sistema elétrico. Subsídios como o Programa Luz para Todos, subsídio às fontes incentivadas, entre outros, são embutidos nesta parcela e rateados entre todos os consumidores de energia.

Energia

O último ponto a ser avaliado trata-se da Energia. Este item remunera basicamente os geradores de energia, que em uma negociação bilateral de contratos do mercado livre, geralmente tem reajustes atrelados as taxas de inflação do período. Portanto, o aumento desta parcela deve ser analisado de acordo com as condições estabelecidas em cada Contrato de Compra e Venda de Energia Elétrica (CCVEE).

Tarifas em 2021 e anos seguintes

Para 2021, a expectativa é de grande aumento na parcela de custos e encargos setoriais, principalmente relacionados a criação da Conta COVID com custos de R$16,1 bilhões que serão amortizados até 2025.

O aumento tarifário de energia elétrica continuará acima da inflação e implicará em um custo maior por parte das empresas, impactando no orçamento de energia elétrica.

De acordo com os eventos recentes, vários fatores corroboram com a tendência de elevação e há no mercado uma grande dificuldade de mensurar os impactos na precificação. Ao passo que , empresas especializadas em projeção de tarifas das distribuidoras apontam para um horizonte de revisões importante para assertividade dos orçamentos dom energia elétrica em 2021 e anos seguintes.

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