O rating nada mais é do que uma nota atribuída a um governo ou empresas. Essas notas também avaliam projetos, bancos, seguradoras, fundos de investimento onde se identificam riscos para o agente que vai investir ou emprestar.
Ou seja, o rating indica o seu nível de risco – uma informação importante para todas as partes nela interessadas (seus stakeholders) relacionado à capacidade de honrar com suas obrigações financeiras e contratuais. É uma tentativa de prever o futuro financeiro dessa empresa, por exemplo, com base na saúde financeira presente e passada. Vale a pena ressaltar que essa nota não é fixa, ela pode mudar com base nas alterações de risco.
Para chegar no valor do rating é necessária uma análise fundamentalista:
Separando as variáveis por grupo, podemos defini-los como Fatores Qualitativos e Quantitativos.
Os dados Qualitativos são de forma de narrativa, como relatórios, questionários abertos, entrevistas e observações que não são codificadas usando um sistema numérico, explora informações mais subjetivas e em profundidade. Coletam informações que não servem apenas para mensurar um tema, mas descrevê-lo, usando impressões, opiniões e pontos de vista. O objetivo é compreender os fenômenos através da coleta de dados narrativos, estudando as particularidades e experiências. Profissionais envolvidos no desenvolvimento dessas narrativas são chamados de “Analistas Setoriais” e normalmente são especialistas em setores e empresas e normalmente conversam diretamente com os gestores responsáveis pelas empresas e contratos e muitas vezes com o governo, quando tratamos de títulos públicos.
Já os dados Quantitativos são dados que podem ser codificados de forma numérica, fatos como números e estatísticas, formando a base para tirar conclusões gerais, ou seja dados quantitativos apresentam os números que comprovam ou não a tese da pesquisa, O objetivo é compreender os fenômenos através da coleta de dados numéricos. Especialistas em gerar estas análises quantitativas são profissionais com conhecimento do setor, normalmente economistas, contadoras e engenheiras.
Após conhecermos um pouco mais sobre os tipos de dados usados, podemos definir as variáveis. Na análise qualitativa os dados podem ser considerados de fatores externos ou internos. Fatores Externos distribuídos em quatro ambientes: Ambiente Setorial e Ambiente Político/Econômico e Regulatório.
Já os Fatores Internos esta análise concentra-se basicamente em fatores relacionados a quatro temas:
1. Estratégia: A análise da estratégia empresarial contempla o exame das estratégias adotadas pela empresa, tais como nicho de atuação e diversificação de negócios, em relação aos contextos econômico e concorrencial.;
2. Administração: A qualidade da administração constitui um fator de elevada importância na avaliação da qualidade geral de crédito de uma empresa, ao revelar detalhes inerentes à habilidade de seus administradores na condução dos negócios e diante de situações adversas.;
3. Estrutura: identificar o grau de adequação da estrutura da empresa, ou grupo, em relação aos seus objetivos de crescimento e à sua capacidade de cobrir compromissos financeiros; e
4. Fontes Externas de Financiamento: Investiga a necessidade de apoio de fontes externas, as potenciais pressões de credores para a amortização de dívidas de curto prazo e a ocorrência de períodos de falta de liquidez generalizada no mercado.
Leva em conta a interpretação das demonstrações financeiras da empresa, ou grupo, nos últimos cinco anos, somada às estimativas de geração financeira e operacional de caixa e à valorização de seus ativos em relação ao serviço de sua dívida dentro de um horizonte de três anos para buscarmos a análise da solidez financeira da empresa.
O grau de solidez financeira de uma empresa é, portanto, encontrado pela análise de seus balanços patrimoniais, demonstrações de resultado e demonstrações de fluxos de caixa, além das projeções de fluxo de caixa e o uso dos indicadores absolutos, relativos e de endividamento.
As próprias empresas buscam por essas agências classificadoras para obter sua avaliação, de maneira geral, quanto maior o risco de não pagamento, menor o rating e vice-versa. O rating não deve ser visto como uma afirmação de compra ou venda, mas sim um indicativo de risco desse investimento, é apenas uma das inúmeras maneiras que você pode usar para tomar uma decisão.
No mercado livre compradores de comercializadores firmam contratos de entrega futura de energia que são registrados e confirmados na CCEE. Tanto as comercializadoras desejam avaliar o risco dos compradores quanto os compradores de energia desejam avaliar o risco contido nos contratos de compra e venda firmados com as comercializadoras. Esta análise é fundamental para as duas partes e deve seguir as boas práticas de gestão de risco, muito aplicadas no setor financeiro e de gestão de projetos.
o mercado livre de energia é de concorrência e especificidade, diferente do que acontece no mercado cativo, onde o cliente fica nas mãos de uma única prestadora e sem opção de negociação e de acordo com a Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel) existem 412 Comercializadoras no mercado, responsáveis por 37% de toda a energia transacionada no País. Sendo assim, apenas uma análise de quem oferece o menor preço de mercado se torna um disparate. Logo é de suma importância a análise de rating, ainda mais em contratos de Médio e Longo prazo onde o risco de quebra de contrato se torna maior é necessário avaliar a saúde financeira da empresa, sua legitimidade no mercado, se consegue efetivamente entregar o que promete e até sua capacidade de arcar com indenizações em eventuais problemas inesperados.
No Brasil a Risk3 é a primeira a fornecer serviços especializados na gestão de riscos dentro do setor de energia e pode vir a ser a primeira agência especializada do setor.