Grande parte dos contratos de energia longo prazo realizados no mercado livre, são reajustados ao fim de cada ano. Muitos desses contratos têm reajuste atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M).
O IPCA, usado como a inflação oficial do Brasil e como parâmetro para a política monetária do Banco Central, subiu 4,52% em 2020, informou nesta terça-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em dezembro, a inflação acelerou para 1,35%, acima da registrada em novembro (0,89%). É a maior variação mensal desde fevereiro de 2003, quando o indicador foi de 1,57%, e o maior índice para um mês de dezembro desde 2002 (2,10%). Em dezembro de 2019, a variação havia ficado em 1,15%.
Todos os grupos pesquisados tiveram alta, mas o destaque ficou com habitação (2,88%), devido ao aumento de 9,34% na energia elétrica. Em dezembro, passou a vigorar no país a bandeira tarifária vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Além disso, houve reajustes tarifários em Rio Branco e Porto Alegre.
Os artigos de residência também pesaram mais, por conta do efeito dólar sobre os preços dos eletrodomésticos, equipamentos e artigos de TV, som e informática. Em conjunto, alimentação e bebidas, habitação e artigos de residência responderam por quase 84% da inflação de 2020.
Já o IGP-M variou 0,96% em dezembro, percentual inferior ao apurado em novembro, quando havia apresentado taxa de 3,28%. Entre janeiro e dezembro de 2020, o índice acumulou alta de 23,14%. Em dezembro de 2019, o índice havia subido 2,09% e acumulava alta de 7,30% em 12 meses.
O cálculo do IGP-M, tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).